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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

BIRIBÁ (Rollinia mucosa (Jacq.) Baill.)


Dentre as anonáceas, o biribá é uma fruta que exige atenção na hora de identificar as variedades, pois é difícil estabelecer, diante do peso e quantidade de polpa, além dos nomes populares dados pela forma dos frutos.
O biribá é conhecido Brasil afora por vários nomes diferentes. Dependendo da região em que ocorre, pode ser ata; condessa-verdadeira e fruta-da-condessa, bem como, pinha ou fruta-do-conde; araticum-do-cerrado ou marolo; graviola; graviola-brava e a pindaíba.

A classificação botânica é a que dar a real identidade a fruta.  

Encontra-se em grande dispersão, desde o Caribe até o extremo sul da Amazônia. Por muito tempo supôs-se que o biribá tivesse ser originado nas Antilhas, onde teria sido trazido para a Amazônia, no entanto, várias espécies silvestres similares ocorrem em diferentes lugares, é difícil a determinação precisa de sua origem. Existe cultivar liso, comum no Baixo Amazonas.

Para pesquisadores na área da fruticultura, o biribá é o mais importante representante da família das Anonáceas, devido a sua característica.
A árvore pode atingir até dezoito metros de altura, ramificando-se desde a base, culminando numa copa estendida. As folhas têm entre 12 a 15 cm de comprimento.

As flores são hermafroditas, solitárias ou aos pares, com três sépalas e seis pétalas, cor verde-claro e odor característico e se formam entre julho e setembro.

O fruto é cônico ou globoso com epicarpo grosso de cor verde, que muda para amarelo quando madura. A polpa é branca e abundante, de sabor doce. Pesa de 300 a 1.300 gramas, atingindo de dez a 14 cm de comprimento e seis a 16 de diâmetro, amadurece de novembro a maio. Contém poucas sementes.
Apesar de ser pouco cultivado comercialmente, o biribazeiro pode ser encontrado em quintais de residências nas cidades.
Propaga-se por sementes e prefere regiões de clima quente e úmido. Presente na Mata Atlântica, vai dos estados do Rio de Janeiro ao Pernambuco e na Floresta Amazônica.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

BILIMBI (Averrhoa bilimbi L.)



Pertencente à família das Oxalidaceae (a mesma da carambola), a árvore mede até 10 m de altura, tronco com casca lisa e escura e tem uma copa com forma piramidal. As folhas são verdes e compostas por 5 a 16 folíolos alongados de 4 a 12 cm de comprimento. A planta é sensitiva noturna, fecha as folhas à noite para dormir (nictantes). Flores pequenas, vermelho-claras, aromáticas, presas aos ramos e tronco. Tem uma floração contínua, com flores e frutos ao mesmo tempo e pode gerar frutos durante o ano todo.
Sendo conhecida como originária da Índia, no entanto, segundo Pio Corrêa, não há referência dessa fruta em estado selvagem, sendo, portanto, impossível determinar sua origem, o mais provável que seja do sudeste asiático, tanto como a da caramboleira que é da mesma família. Supõe-se que seja originário das ilhas da região da Malásia, onde até hoje é bastante produzido e comercializado.

O bilimbi comparando com a carambola, é menor do que esta e um pouco mais esverdeado, difere basicamente por seu formato mais alongado e não por apresentar o conhecido aspecto de estrela menos definido. Sua polpa firme e seu suco abundante contem também como a carambola, altos teores de vitamina C e de ácido oxálico.
Na Amazônia, onde se aclimatou muito bem, a bilimbi teria sido introduzido via Caiena, região das Guianas de onde viria o nome limão-de-caiena pela qual também é conhecido.
As plantas iniciam a produção 5 a 6 anos após o plantio de mudas obtidas a partir de sementes e 3 a 4 anos, quando enxertadas. Ela floresce e frutifica mais de uma vez durante o ano. Os frutos amadurecem 90 dias após o florescimento.

Os frutos são bagas elipsóides, de 5 a 8 cm de comprimento e 2 a 4 cm de diâmetro, nascem agrupados no tronco e ramos lenhosos da planta, com aproximadamente 10 sementes de cor marrom. Alongado, levemente sulcado, superfície lisa de coloração verde-amarelada. Polpa amarelo-clara. Frutifica de setembro a novembro.

Os frutos das variedades existentes no Brasil são bastante ácidos e consumidos ao natural somente quando estão bem maduros ou usados no preparo de compotas, geleias, vinagres e vinhos. Os frutos verdes podem ser usados no preparo de picles, condimentos e molhos. Frutos verdes contêm alto teor de ácido oxálico e redução desse ácido quando amadurecem e ocorre o inverso com a vitamina C, que passa de 20,82 para cerca de 60, 65 miligrama por 100 gramas de polpa.

Há variedades que produzem frutos com menor acidez, os quais podem ser consumidos crus.

Há variedades que produzem frutos com menor acidez, os quais podem ser consumidos crus. Há relatos com frutas doces descobertos nas Filipinas.
A árvore alcança até 10 m de altura, possui folhas alternas, pinadas, compostas por 5 a 16 pares de folíodos oblongos. Os frutos são bagas elipsóides, de 5 a 8 cm de comprimento e 2 a 4 cm de diâmetro, nascem agrupados no tronco e ramos lenhosos da planta.
É uma árvore relativamente adaptável a diversas condições climáticas, preferindo áreas com temperaturas médias de 25ºC, sem geadas, e precipitação pluviométrica acima de 1000 mm, bem distribuída. A propagação pode ser feita por sementes ou por enxertia, levando 5 a 6 anos para produzir no primeiro caso.

O Bilimbi (Averrhoa bilimbi), conhecido também como Bilimbim, Biri-biri, Limão-da-Índia ou Limão-de-Caiena é uma planta tropical da família Oxalidaceae.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

BARU (Dipteryx alata)


Conhecido com vários nomes populares de acordo com a região, tais como: cambaru, cumari, cumarurana, cumbaru, cumaru e cumati.

Cumaru e Cumati merecem atenção, tendo em vista que na classificação botânica se destingue, até mesmo, pelo o formato dos frutos.

O Cumaru que é vagem achatada e quase preta, contendo sementes achatada e rugosa, de cheiro ativo e agradável que são o Torresea cearensis Fr. All. (Amburana Claudii Schw. & Taub., Amburana cearenses A. Smith.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

O Cumati é um arbusto de pequeno porte – Psidium albidum Cam., da família das Mirtáceas (a mesma das goiabas), que nada tem haver com o Baru.

O Cumaru verdadeiro é o Dipteryx odorata Willd. Do Nordeste e Centro do Brasil e Argentina. Conhecido também por Imburana de Cheiro, Cumaru de Cheiro ou Cumaru do Ceará.

O Baru (Dipteryx alata), árvore do cerrado brasileiro e está ameaçado de extinção devido a destruição de seu bioma nativo, pela expansão agrícola, desordenado uso da sua excelente madeira, consumo de suas sementes como alimento, além do uso medicinal por algumas comunidades que não fazem a sua única forma de propagação.
Presente também na Mata Atlântica, ocorre nos estados de Minas Gerais (Triângulo Mineiro), São Paulo (norte do estado), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, onde tambem tem outros nomes: barujo, bugueiro, castanha de bugre, feijão-barú e pau-cumaru.
A árvore é perenifólia, heliófita de terrenos secos. Sua dispersão é irregular. Ocorre na Bolívia, Paraguai e Peru. Com madeira resistente a árvore, pode ultrapassar até 25 metros de altura, tronco podendo atingir 70 cm de diâmetro, copa densa e arredondada.

O fruto é um legume lenhoso, castanho com uma única amêndoa comestível que amadurece de setembro a outubro.

As sementes muito apreciadas cozidas ou como geléia, por ser nutritiva, embora a dureza do fruto dificulte sua obtenção. Animais silvestres consomem a polpa aromática do fruto. O baru vem se destacando em projetos eco-extrativistas no estado de Goiás
Árvore de crescimento rápido é cultivada por sementes. O óleo extraído da amêndoa é de excelente qualidade e costuma ser utilizado pelas populações tradicionais, como antirreumático. Apesar de todas as suas qualidades, o baru não é ainda comercializado, sendo muito raro encontrá-lo nas feiras das cidades.
As qualidades do baruzeiro vêm sendo pesquisadas desde1980 por orgão de extensão rural pelas suas propriedades relevante e por ser uma planta de interesse em empresas de projetos de reflorestamentos.

NOTA – Na relação dos nomes científicos citados no excelente livro de J. G. Duque – Solo e Água no Polígono das Secas (pág. 90, 216), o cumaru é determinado como Coumarouna odorata Aubl., classificação que cabe também, ao Cumaru Verdadeiro, cujas sementes são conhecidas por fava de cumaru ou fava de Tonka.

Fonte da foto: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/baru/baru.php







quinta-feira, 1 de setembro de 2011

BANANA (Musa spp.)

A complexidade taxinômica e a morfológica dessa fruta, exige maior atenção na leitura para entender e executar trabalhos estudantis, pois é a fruta com grupos genômicos que estabelecem as variedades e que agrupam cultivares de características semelhantes, tais como, nas bananas comestíveis e, podemos encontrar combinações de genótipos: Diploíde - AA e BB; Triploíde – AAA e BBB e Tretaploíde - AAAA e BBBB.

As características das principais cultivares comestíveis são as AAB, ABB e BBA.

As diferenciadas são AAAB, AABB e BBBA. Nessas cultivares destacam-se as comerciais que são híbridos de duas espécies de genoma AA e genoma AB.

Na classificação botânica, eram cinco seções (Ingentimusa, Australimusa, Callimusa, Musa e Rhodochlamys), no entanto, em 2002 foram reduzidas a três. Outra classificação faz referencia apenas a quatro seções: Australimusa, Callimusa, Rhodochlamys e Eumusa. Anteriormente, as espécies com 2n = 20 cromossomas estavam separadas nas seções Australimusa e Callimusa, enquanto que as espécies com 2n = 22 cromossomas estavam distribuídas pelas seções Musa e Rhodochlamys. Carol Wong e outros, em pesquisas, revelaram que as diferenças genéticas entre cada seção do mesmo grupo cromossômico são menores que as identificadas dentro de cada seção.
Do complexo estudo cientifico, a seção Eumusa está às bananeiras com 11 cromossomos (n=11), apresentando cachos e "umbigos" (inflorescência masculina) horizontais ou cadentes, seiva leitosa ou aguada; nesta seção localizam-se as bananas comestíveis com valor comercial, incluindo ai, a Musa acuminata e a Musa balbisiana.
Apesar de comumente ser encontrada em “qualquer lugar”, nos mais variados tipos de solos, a bananeira desenvolve-se plenamente entre os paralelos 30o N e 30o S, numa faixa de temperatura, entre 10o C – 30o C, tanto do nível do mar, quanto a alturas de 1,500 metros. A bananeira não se desenvolve em solos encharcados ou pedregosos. Os solos arenosos não são também adequados, pois retém pouca umidade, além de favorecer a presença de nematódeos e o tombamento da planta.
A temperatura média ideal para a cultura é em torno de 25o C, isso comercialmente, pois abaixo de 16o C a atividade da planta cessa, não havendo lançamento de folhas novas, o que acarreta o alongamento do ciclo.
Espalham-se por todas as regiões tropicais e subtropicais do globo. O centro de origem da maior parte das variedades é a Ásia Tropical, com centros secundários na África e ilhas do oceano Pacífico. Para autores (pesquisadores) são “filhas” de duas espécies selvagens Musa acuminata (AA) e Musa balbisiana (AB). Portanto, é a fruta tropical de maior produção no mundo e figura entre as frutas mais comercializadas no mercado internacional.

No Brasil estão totalmente incorporadas à paisagem, emboramente a produção apresenta grandes contrastes entre regiões de pequenos produtores, incluindo-se ai, comunidades tradicionais, que vão desde o simples extrativismo até áreas da mais alta tecnologia. A demanda por padrões de qualidade e normas de classificação veio de regiões mais tecnificadas. As normas de classificação são a base para a modernização da comercialização e da transparência nas relações comerciais. Nesse contexto, exige do produtor maior atenção, tendo em vista, a cultura ser sensível aos efeitos de fatores edafoclimáticos, como: geada, frio, ventos e umidade do solo e do ar e também, por um grande número de ataques de doenças. De maneira geral, o nível tecnológico, segundo autores, ainda é baixo, contribuindo com incidência elevada de problemas fitossanitários

É segundo fruto mais produzido e consumido no Brasil, segundo país no ranking da produção mundial. A maior parte da produção provém do Sudeste do país, onde é produzido 32,8% do volume total nacional, seguido das Regiões Norte (20,9%), Sul (8,6%) e Centro-Oeste (10,7%). Ao todo, a área plantada é de cerca de 520.000 ha. Em termos gerais, ainda que as condições naturais permitam uma produção de alta qualidade, existe baixa eficiência na produção e no manejo pós-colheita.

Existem doenças de ocorrências generalizadas em todas as regiões do mundo (fúngicas e bacterianas), tais como: Mal-do-panamá, Sigatoca-amarela, Sigatoca-negra, Moko, Podridão-mole e viroses. Estas doenças provocam perdas elevadas na produção ou até mesmo, a destruição total do bananal. Dependendo da região, a orientação técnica é muito importante para a implantação de cultivares resistentes.
Para especialistas, a cultivar Cavendishii (grupo AAA) é inviável para cultivo em larga escala, isso para os próximos 20 anos, mesmo que ainda não esteja propriamente em perigo de extinção. Apesar da sua popularidade nos mercados europeus e americanos, a Cavendish, como a maioria das bananas, não apresenta qualquer diversidade genética (reprodução assexuada), o que a torna particularmente vulnerável a doenças que ameaça a agricultura de subsistência.

Ainda que as espécies selvagens apresentem numerosas sementes, quase todas as variedades de banana utilizadas na alimentação humana não têm sementes. Cada banana pesa, em média, 125g, com composição de 75% de água e 25% de matéria seca. São fonte apreciável de vitamina A, vitamina C, fibras e potássio.


Exemplos de cultivares comestíveis no Brasil

Grupo genômico AA: Ouro
Grupo genômico AAA: Nanica, nanicão e caipira e Cavendish anã.
Grupo genômico AAB: Prata, Pacovan, Prata-anã, maçã, mysore, terra, D’angola, FHIA 18;
Grupo genômico AAAB: Pioneira, FHIA 01, prata caprichosa, Japira e Pacovan ken.

Em 2005, a Índia liderou a produção mundial, representando cerca de 23% da produtividade mundial - sendo a maioria no consumo interno. Os países que mais exportam são o Equador, a Costa Rica, as Filipinas e a Colômbia, que somam cerca de dois terços das exportações mundiais, exportando cada um mais de um milhão de toneladas.
O cultivo pelo Homem teve início a pelo menos a 8000 a.C e torna a Ásia o berço do cultivo de bananas, por isso, se confirma a sua origem.



terça-feira, 5 de julho de 2011

BACABA (Oenocarpus bacaba Mart)


Familia: Arecaceae
Nome comum: Bacaba, bacaba-açu, bacaba verdadeira
Nativa e distribui-se por toda Bacia Amazônica, essa Arecaceae, possui como habitat as matas altas de terra firme. Palmeira de estirpe lisa pode atingir até 20 metros de altura e 20 a 25 cm de diâmetro. Também são encontradas nas florestas do Pacífico e no oeste da Colômbia
Finalidade terapêutica : o "suco" ou "vinho" da bacaba é recomendado às pessoas que precisem de uma alimentação rica em vitaminas e proteínas ou necessitem ganhar peso.
Apensar de ser a menos explorada das palmeiras frutíferas da Amazônia, principalmente das mais conhecidas, como açaizeiro e pupunheira, muitos a consideram a de porte mais elegante em termos ornamentais, em relação as outras "oenocarpus". O seu fruto, como o do abacate, é considerado "gordo" pelo homem do interior, graças à sua grande concentração de proteínas.

O fruto é uma drupa subalongado quando jovem, subglobosa quando adulto, podendo atingir até 3,0 gramas. A propagação é feita por sementes que germinam entre 60 e 120 dias, apresentando crescimento lento.
A produção geralmente inicia após os seis anos de idade, quando a planta atinge entre 3 m a 4 m de altura. Os cachos pesam normalmente 6 a 8 quilos, podendo ocorrer acima de 20 quilos.
A polpa do fruto é utilizada no preparo do "vinho de bacaba” com os “coquinhos” (frutos) e os restos de macerado da polpa pode ser utilizados na alimentação de aninais (suinos e aves).
As folhas são usadas pela população ribeirinhas e do interior como cobertura de moradias, enquanto o tronco serve como esteio, viga e cabo de ferramentas.
Nos estados do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso, existe uma espécie conhecida como Bacaba-de-leque, cujo as folhas chega a medir 5 metros de diâmetro.
Outra característica dessa variedade são as flores, quando jovens, tem coloração entre branca e amarela, depois, ficam mais vermelhas e formam cachos parecidos com um "rabo-de- galo".
Os frutos são pequenos e arredondados, tem coloração roxo-escura e a sua polpa são comestível, contendo uma semente. Dele se faz um vinho de sabor agradável, licoroso, muito semelhante ao vinho do Açaí, inclusive em termos nutricionais.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

BACURI (Platonia insignis Mart.),



Sem dúvidas é a fruta com presença marcante na história. O consumo pelos povos amazônicos coloca entre as que mais estão em ascensão, importância econômica e agroecológica. O Bacuri (Platonia insignis Mart.), uma Clusiaceae nativo das Guianas, tem muitos “parentes brasileiros”, portanto, exige atenção na classificação botânica a não confundir outros (espécies) com nomes popularmente parecidos, com características e ocorrências diferentes, tais como: Bacuripari (Garcinia (Rheedia) macrophylla Mart, ou Bacuri mirim (Rheedia gardneriana) Clusiaceae, provavelmente nativas da amazônia brasileira (segundo autores). Outro conhecido é Bacuri de espinho (Garcinia madruno (Kunth) B. Hammel), muito consumido e vendido nas ruas de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. (veja no final do texto, a descrição de outras espécies).
O bacurizeiro (Platonia insignis Mart.), é uma árvore de usos múltiplos (fruto, madeira, látex) e com valor econômico alto. Isso significa que essa árvore deve ser protegida no seu ambiente, bem como plantada ou manejada em áreas degradadas. Podendo atingir até 30 metros e um diâmetro de 2 metros, um bacurizeiro pode produzir até 2.000 frutos, mas a média é de 400 frutos. Muitas árvores de bacuri não produzem frutos anualmente, pois “descansam” de um ano para o outro.

Em áreas de ocorrência natural, com vegetação aberta, a densidade de indivíduos em início de regeneração pode chegar a 40 mil por hectare, por causa das brotações. Por esse motivo, o povo amazônico diz que o “bacurizeiro nasce até dentro de casa”.
A produção atual de polpa de bacuri tem origem basicamente na coleta dos frutos de árvores oriundas de regeneração natural, que escaparam da expansão de povoados, do avanço da agricultura e da pecuária e da extração madeireira nos últimos quatro séculos.
A crescente procura pelo bacuri já superou a capacidade de produção atual, essencialmente extrativa. Mas estudos mostram que essa situação pode ser modificada com a adoção do cultivo e do manejo (agroflorestal) de plantas originadas da regeneração natural da espécie. Isso geraria renda e emprego, e permitiria a recuperação parcial de extensas áreas desmatadas e abandonadas.

Sua presença na História contem relatos históricos e populares interessantes. O primeiro relato conhecido sobre o bacuri está no livro História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão, escrito pelo frade francês Claude d’Abbeville (? -1632) e publicado em 1614.
Outro religioso, o padre jesuíta João Daniel (1722-1776), que viveu na Amazônia entre 1741 e 1757, descreveu o bacuri. A partir de 1757 e até sua morte, o padre ficou preso em Portugal – no período da caça aos jesuítas promovida por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês do Pombal (1699-1782) – e, na prisão, escreveu um enorme tratado sobre a região amazônica, citando o bacuri, como um tesouro: “A fruta bacuri, posto que tenha seus senões, também merece sua menção, pelo seu excelente gosto. A sua árvore é famosa de grande, e também o fruto é de bom tamanho”.

O Ensaio corográfico sobre a província do Pará, livro em que o militar e geógrafo português Antônio Ladislau Monteiro Baena (1782-1850) descrevia a geografia, os recursos naturais e a população paraenses, publicado em 1839, também destacou a importância do bacurizeiro, “árvore que dá fruta agridoce”.

Fato curioso também, é relatado pelo escritor paraense Osvaldo Orico (1900-1981) em seu livro Cozinha amazônica: uma autobiografia do paladar, de 1972, o diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912), o barão do Rio Branco, famoso pela solução dos problemas de fronteira do Brasil com os países vizinhos, adotou o bacuri como sobremesa nos grandes banquetes oficiais do palácio do Itamarati, no Rio de Janeiro, em sua gestão (1902 a 1912) como ministro das Relações Exteriores.

O bacuri, era uma das 'comidas do mato' de Macunaíma, o 'herói sem nenhum caráter' do romance modernista (1928) de Mário de Andrade (1893-1945).

Em 1968, em visita ao Brasil, a rainha Elizabeth II, ficou encantada com o sorvete de bacuri preparado por uma confeitaria do Rio de Janeiro, razão de diversas encomendas posteriores nos anos seguintes.

Bacuripari liso (Garcinia (Rheedia) brasiliensis Mart.) – Árvore pequena, com 5 a 8 m de altura, fruto amarelo, globoso, com aproximadamente 3 a 4 cm de diâmetro, liso, contendo 1 a 3 sementes. Ocorre principalmente em áreas inundáveis, mais comuns na Amazônia central, mas também chegando ao Paraguai, Bolívia, sudeste do Peru, Guianas e Mata Atlântica.

Bacuripari (Garcinia (Rheedia) macrophylla Mart – Árvore de tamanho variável, geralmente entre 12 e 15 m. Fruto amarelo, ovóide, 6 a 8 cm de diâmetro, com um bico curto no final, liso, com 4 sementes. Espécie flexível ecologicamente, ocorre em mata de terra firme, várzea, igapó e capoeira. Provavelmente nativa da Amazônia, mas com distribuição ampla no norte da América do Sul. Amplamente cultivada.

Bacuri mirim (Garcinia (Rheedia) gardneriana (Planch. & Triana) Zappi) - Árvore pequena, de 5 a 8 m, fruto pendente, amarelo, mais ou menos ovóide com um bico alongado no final, de apenas 3 a 4 cm de comprimento total, com 2 sementes. Ocorre em matas abertas de terra firme. Distribuída principalmente no leste do Brasil, estendendo-se ao sul do Pará, Minas Gerais, Mato Grosso e Bolívia (Santa Cruz). O sabor é bastante apreciado, mas devido ao seu tamanho.

Bacuri de espinho (Garcinia madruno (Kunth) B. Hammel) – Árvore de 8 a 15 m de altura. Fruto amarelo, globoso ou elípticoovóide, com 5 a 6 cm de diâmetro, áspero porque é coberto de rugas agudas, contém 1 a 3 sementes. Ocorre em da mata de terra firme. Amplamente distribuída na Amazônia. Ocorre também na América Central, no oeste da Venezuela (Barinas e Táchira), na costa pacífica da Colômbia e Equador.

domingo, 12 de junho de 2011

BABACO (Carica candamarcensis Hook)


Caricácea de clima subtropical. Não é certa a sua real origem (autóctone), a dispersão é pelo mundo, sobre tudo, em países de baixa temperatura e de altitude entre 1500 a 2500 metros, podendo ser encontrada até a 3000 metros (Equador e Colômbia). No Brasil, com pouca literatura, nada se sabe cientificamente dessa fruta.
No equador acreditam-se existir dois híbridos naturais, os Carica stipulata e Carica pubescens, encontrados e cultivados no planalto central desse país.
Não há variedades conhecidas, se não, fruta hibrida com a espécie C. pentagona Heilbr que muito assemelha ao mamão e se diferencia apenas pelo tamanho (seleção), mais não alterando o sabor pouco adocicado (meio ácido) é o que afirma alguns “artigos”.
Existem espécies com taxonomia confusa, estudos pouco difundidos e fontes não seguras para pesquisas, no que se sugere aprofundamento em estudos botânicos, tais como as: Goudotiana carica; Monoica carica; Toronchi pubescens; Stipulata carica e Vasconcella monóica (Desf).

Com a introdução e cultivo no sul da Califórnia desde a década de 1970, recentemente introduzido na Nova Zelândia, onde é cultivada comercialmente; em Israel e em outros do Oriente Médio, a fruta está sendo cultivada em estufas. Mais não se sabe a expansão, trato cultural e tipo de solo, bem como, a produção nestes países.

Cresce até 6 metros de altura, com tronco ereto, apresenta cicatrizes semelhantes ao mamão, foliares típicos de outras caricaceas. A espessura do tronco está associado ao vigor da planta.
Folhas grandes, palmadas, tem reforços e veias proeminentes e estão em pecíolos longos ocos que se irradiam a partir do tronco. A vida média de uma folha é de 4 a 6 meses. Durante os meses frios do inverno as folhas degeneram e caem gradualmente.
As flores formam-se no tronco durante a fase de crescimento da árvore. Normalmente, o tronco grosso, o mais prolífico a floração será. As flores, geralmente solitárias no final de uma longa haste pendular, surgem cada axila foliar. As flores são todas do sexo feminino.
Os frutos crescer logo após a floração, atingindo uma fase de expansão máxima durante outubro e novembro. Neste ponto, os frutos atingem um comprimento em média 12 centímetros de comprimento e 8 centímetros de largura. Apresenta divisão (gomos) com cinco lados, arredondada na extremidade da haste e apontando para o ápice. O início da maturidade é reconhecido pelo amarelecimento laterais do fruto. A carne do Babaco é muito suculentos, ligeiramente ácidos e com pouco açúcar. A pele lisa, fina também amadurecida é comestível.

Não se conhece plantio ou pomares em larga escala aqui no Brasil.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

AVELÃ - Corylus avellana, L.


Quando alguém fala em avelãs, logo nos vem à mente e a pergunta é automática: “são aqueles coquinhos que comemos no natal?”. Erroneamente, essa ideia é da maioria dos brasileiros. A avelã, fruto da Aveleira, é uma planta arbustiva. O formato de “coquinhos” dá a falsa impressão de ser oriundo de uma palmeira, mais não é. A aveleira apresenta o tamanho de um arbusto; suas folhas têm a forma ovalada e são transitórias; as flores são desprovidas de invólucro externo, as folhas que as revestem são constituídas por quatro a oito órgãos sexuais masculinos, conhecidos como estames, e suas inflorescências são repletas de órgãos femininos, denominados pistilos. Dentro do fruto está a semente, que é a parte consumível, de paladar um tanto doce e oleaginoso.

A avelã é uma fruta considerada exótica. Cientificamente conhecida como Corylus avellana, da família Betulaceae. Algumas fontes (pesquisadores) generalizam como originária da América do Norte, essa afirmação nos parece ser, somente, para as espécies Corylus americana e Corylus cornuta. A maior parte dos frutos conhecidos provém, porém, da C. avellana, a mais comum, procedente da Ásia Menor, das margens do Mar Negro, como exemplo, a variedade “Grosse de espanha” e que tem sua origem desconhecida.

A aveleira não é cultivada no Brasil e o consumo in natura por tradição é comum somente nos festejos natalinos. Existem variedades que são défices de serem reconhecidas, e para os brasileiros numa forma geral, isso é insignificante, devido ao seu baixo consumo e não a preocupação quanto à espécie ou tamanho. É um produto exportado e o que leva em conta é o preço por quilo. Portanto, o desconhecimento das variedades é comum.

Existem 33 variedades, as Americanas, Italianas, Portuguesas, Inglesas, Francesas, Alemãs e algumas de origem desconhecidas.
Mesmo sem uma fonte segura para informações, dizem que a Turquia é o principal produtor e o cultivar mais importante é “Tombul”, que não aparece em nenhum estudo científico.

Não podemos aqui relatar a generalidade de cada espécie, é complexo, apenas citar a sua forma de classificação das variedades de acordo com o destino da produção, tais como: Variedades de mesa, dupla aptidão e industrial. Para produtores europeus, existem estudos para o cultivo, para as plantas produtoras e as polinizadoras. A rusticidade da aveleira evidencia na sua grande capacidade de adaptação e modestas exigências culturais tornam o seu cultivo particularmente adequado à realidade sócio econômica de explorações agrícolas em muitas regiões europeias, sobre tudo em Portugal.
Estes estudos são descritos no Projeto AGRO 162, e foram feitos por uma grande equipe em 2004 “Incremento da produtividade da Aveleira em Portugal”, como Chefe do Projeto: Ana Paula Calvão Moreira da Silva, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal.

Citamos aqui uma variedade de cada país:

Americana: Butler - Fruto de mesa;
Alemã: Gunslebert – Fruto de mesa;
Desconhecida: Provence – Fruto de mesa:
Espanhola: Casina – Fruto para a indústria
Francesa: Fertile de Coutard - Fruto de mesa;
Italiana: Camponica – Fruto para a indústria;
Inglesa: Cosford – Fruto para a indústria;
Portuguesa: Da Veiga – Fruto de dupla aptidão;









quinta-feira, 31 de março de 2011

ATEMÓIA (Annona cherimola, Mill).



É comum se fazer confusão com frutas da família das Anonaceas, pois, são 250 espécies e 33 generos, dentre elas alguns híbridos, como a Atemóia (Annona cherimola, Mill). No inicio do século XX, norte americanos empenhavam-se em desenvolver uma fruta com desempenho comercial superior ao da Fruta-do-Conde e com sabor da Cherimóia (da mesma família), então nasceu, o cruzamento artificial, um novo híbrido da família das anonáceas. O primeiro plantio no Brasil foi feito em 1950 pelo IAC - Instituto Agronômico de Campinas, em São Paulo.
O plantio ou a propagação por sementes não é recomendada, porque surgir grandes variações na planta, inclusive não aparecerem frutos em seus galhos após floração, visto que é uma híbrida.
O apelo pelo consumo de frutas exóticas, vem popularizando essa saborosa fruta, que por mais de meio século, era desprezada por produtores, ou simplesmente não era conhecida em alguns regiões.
A Atemóia adapta-se a diferentes condições de clima, herdou características da Cherimóia (Annona cherimola Mill), que frutifica nos Andes, e da Fruta-do-Conde (Annona squamosa, L.), que suporta temperaturas mais elevadas.
A Atemóia é um hibrido da Cherimóia (Annona chimola, Mill) que deu a sua origem, daí a confusão na hora de reconhecer o fruto, não há diferenças, somente características bem particulares, como o peso por exemplo.
A Atemóia tem a forma de coração, pontiaguda em um dos extremos. Possui casca rugosa, polpa branca e é carnosa, com várias sementes pretas, frutos de 450 gramas, em média, mas há ocorrências de algumas frutas ultrapassarem um quilo, dependendo do trato da cultura.

quinta-feira, 3 de março de 2011

ARAÇA (Psidium spp)

Araça vermelho

O Araçá é uma fruta vulgar da família Myrtaceae (com 130 gêneros e 3 mil espécies), delas, muito se exige, na hora de estudar a taxonomia a entender a sua classificação botânica, pois muitas são classificados em Tribos, que inclui ai o gênero Psidium L., com cerca de 400 espécies, dentre elas as goiabeiras e os araçazeiros. Os “tipos” (sinônimos botânicos) neotropical, incluí variadas espécies com as populares conhecidas, tais como: Psidium acutangulum (araçá-pera); Psidium albidum (araçá-branco ou araçá-cotão); Psidium cattleianum (araçá-rosa, araçá-da-praia, araçá-de-comer, araçá-de-coroa, araçá-vermelho); Psidium cinereum (araçá-cinzento); Psidium firmum (araçá-do-cerrado); Psidium guajava (araçá-mirim ou goiabinha do mato); Psidium guineense (araçá-do-campo, araçá-de-anta, goiaba-de-anta); Psidium incanescens (araçá-felpudo, encontrados em Minas Gerais e São Paulo); Psidium myrtoides (araçá-roxo); Psidium rufum (araçá-cagão) e Psidium salutare (araçá-rasteiro).
Em nossas pesquisas, encontramos algumas do generos Campomanesia, (araçá-do-pará) e Campomanesia pubescens (araçá-congonha), e ainda do gênero Terminalia, com uma espécie: a Terminalia ludiana (araçá-d'água) classificada como exclusivamente brasileira é considerada extinta, único exemplar herborizado foi coletado no Rio de Janeiro em 1825.
O Araçá lembra um pouco o da goiaba, embora seja um pouco mais ácido, o cheiro é mais acentuado. É fruta pequena, arredondada, com sementes, cuja polpa varia de cor dependendo da espécie, predomina o amarelo-claro e o alaranjado. É originário de África, mais especificamente de Angola. Geralmente é árvore de pequeno porte, 2 a 3 m, de tronco tortuoso e liso com casca castanho-avermelhada que troca todos os anos. Os frutos, semelhantes a pequenas goiabas, com casca fina com 1,5 a 4 cm, têm cor amarela, são doces, levemente ácidos e aromáticos. Planta precoce, floresce já a partir do terceiro ano de vida. As flores aparecem de fevereiro a março e os frutos amadurecem de setembro a janeiro. No Brasil, são espalhados e encontrados em estado selvagem. Entre os araçás uma das espécies que mais que se destaca é o araçá-boi ou araguassuba (Eugenia stipitata). Apesar de ser fruta típica da Amazônia peruana, especie muito conhecida no Estado do Acre e utilizada pela população regional, essa espécie está sendo incluida na agricultura moderna e classificada como “exotica”, pode chegar a 400g, por isso o seu nome popular “araça-boi”.
Araça-boi

O Araçá não é exigente em solo, mais cresce e produz melhor em solos úmidos e compactos. Ocorrem com freqüência em várzeas e banhados, capoeirões e matas semidevastadas. É raro nos campos. Os araçás dão ótimos doces em pasta, geléias, sorvetes e compotas.



 
 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

ARATICUM - (Annona crassiflora, Mart).


O Araticum ou Marolo é um fruto integrante dentre as de 2300 espécies da família Annonaceae, dos 130 gêneros. Segundo Pio Corrêa, a primeira muda desta espécie foi plantada no Brasil pelo Conde de Miranda, na Bahia no ano de 1626. Seu nome popular é derivado do tupi, podendo significar árvore de fibra rígida e dura, fruto do céu, saboroso, ou ainda fruto mole. Para alguns é arvore típica do Cerrado e parecido com uma pinha (A. curiacea) ou fruta-do-conde (A. squamosa), porém de casca mais dura. Quanto a sua origem das Antilhas, para a maioria dos pesquisadores, não é duvidosa, no entanto, as versões se confundem, e consta ainda, que em 1811 um agrônomo francês introduziu a primeira muda no Rio de Janeiro, a pedido do Rei D. João VI.
Estima-se, também, que algumas variedades silvestres da fruta são originárias das Antilhas e deslocaram-se até atingirem a região amazônica, transformando-se em espécies subespontâneas antes mesmo da chegada dos europeus.
Ainda no século XVI, à medida que os homens europeus foram conquistando as novas terras e que se embrenhavam no continente americano, encontraram outras variedades de frutas similares. Muito parecidas entre si, segundo Clara Inês Olaya, essas frutas foram designadas pelos conquistadores pelo mesmo nome anôn, sem se respeitarem e nem reconhecerem as diferentes denominações que os povos indígenas já lhes atribuíam. E possível imaginar que fatos semelhantes tenham ocorrido com vários dos araticuns brasileiros, daí a sua afirmação de ser fruta típica do Cerrado brasileiro.
Entre as frutas consideradas exóticas e que não se transformaram em espécies cultivadas em grandes pomares, o araticum é uma fruta das que apresenta o maior índice de aproveitamento culinário. Além do consumo in natura, inúmeras receitas de doces e bebidas levam o sabor seu perfumado, incluido ainda, na medicina das populações tradicionais, como as da Chapada dos Veadeiros, Goiás, por exemplo, que acreditam ser bom como regulador de menstruação, para reumatismo, feridas, úlceras, câncer de pele, fraqueza no sistema digestório, cólicas e contra diarreia.