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quarta-feira, 15 de junho de 2011

BACURI (Platonia insignis Mart.),



Sem dúvidas é a fruta com presença marcante na história. O consumo pelos povos amazônicos coloca entre as que mais estão em ascensão, importância econômica e agroecológica. O Bacuri (Platonia insignis Mart.), uma Clusiaceae nativo das Guianas, tem muitos “parentes brasileiros”, portanto, exige atenção na classificação botânica a não confundir outros (espécies) com nomes popularmente parecidos, com características e ocorrências diferentes, tais como: Bacuripari (Garcinia (Rheedia) macrophylla Mart, ou Bacuri mirim (Rheedia gardneriana) Clusiaceae, provavelmente nativas da amazônia brasileira (segundo autores). Outro conhecido é Bacuri de espinho (Garcinia madruno (Kunth) B. Hammel), muito consumido e vendido nas ruas de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. (veja no final do texto, a descrição de outras espécies).
O bacurizeiro (Platonia insignis Mart.), é uma árvore de usos múltiplos (fruto, madeira, látex) e com valor econômico alto. Isso significa que essa árvore deve ser protegida no seu ambiente, bem como plantada ou manejada em áreas degradadas. Podendo atingir até 30 metros e um diâmetro de 2 metros, um bacurizeiro pode produzir até 2.000 frutos, mas a média é de 400 frutos. Muitas árvores de bacuri não produzem frutos anualmente, pois “descansam” de um ano para o outro.

Em áreas de ocorrência natural, com vegetação aberta, a densidade de indivíduos em início de regeneração pode chegar a 40 mil por hectare, por causa das brotações. Por esse motivo, o povo amazônico diz que o “bacurizeiro nasce até dentro de casa”.
A produção atual de polpa de bacuri tem origem basicamente na coleta dos frutos de árvores oriundas de regeneração natural, que escaparam da expansão de povoados, do avanço da agricultura e da pecuária e da extração madeireira nos últimos quatro séculos.
A crescente procura pelo bacuri já superou a capacidade de produção atual, essencialmente extrativa. Mas estudos mostram que essa situação pode ser modificada com a adoção do cultivo e do manejo (agroflorestal) de plantas originadas da regeneração natural da espécie. Isso geraria renda e emprego, e permitiria a recuperação parcial de extensas áreas desmatadas e abandonadas.

Sua presença na História contem relatos históricos e populares interessantes. O primeiro relato conhecido sobre o bacuri está no livro História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão, escrito pelo frade francês Claude d’Abbeville (? -1632) e publicado em 1614.
Outro religioso, o padre jesuíta João Daniel (1722-1776), que viveu na Amazônia entre 1741 e 1757, descreveu o bacuri. A partir de 1757 e até sua morte, o padre ficou preso em Portugal – no período da caça aos jesuítas promovida por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês do Pombal (1699-1782) – e, na prisão, escreveu um enorme tratado sobre a região amazônica, citando o bacuri, como um tesouro: “A fruta bacuri, posto que tenha seus senões, também merece sua menção, pelo seu excelente gosto. A sua árvore é famosa de grande, e também o fruto é de bom tamanho”.

O Ensaio corográfico sobre a província do Pará, livro em que o militar e geógrafo português Antônio Ladislau Monteiro Baena (1782-1850) descrevia a geografia, os recursos naturais e a população paraenses, publicado em 1839, também destacou a importância do bacurizeiro, “árvore que dá fruta agridoce”.

Fato curioso também, é relatado pelo escritor paraense Osvaldo Orico (1900-1981) em seu livro Cozinha amazônica: uma autobiografia do paladar, de 1972, o diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912), o barão do Rio Branco, famoso pela solução dos problemas de fronteira do Brasil com os países vizinhos, adotou o bacuri como sobremesa nos grandes banquetes oficiais do palácio do Itamarati, no Rio de Janeiro, em sua gestão (1902 a 1912) como ministro das Relações Exteriores.

O bacuri, era uma das 'comidas do mato' de Macunaíma, o 'herói sem nenhum caráter' do romance modernista (1928) de Mário de Andrade (1893-1945).

Em 1968, em visita ao Brasil, a rainha Elizabeth II, ficou encantada com o sorvete de bacuri preparado por uma confeitaria do Rio de Janeiro, razão de diversas encomendas posteriores nos anos seguintes.

Bacuripari liso (Garcinia (Rheedia) brasiliensis Mart.) – Árvore pequena, com 5 a 8 m de altura, fruto amarelo, globoso, com aproximadamente 3 a 4 cm de diâmetro, liso, contendo 1 a 3 sementes. Ocorre principalmente em áreas inundáveis, mais comuns na Amazônia central, mas também chegando ao Paraguai, Bolívia, sudeste do Peru, Guianas e Mata Atlântica.

Bacuripari (Garcinia (Rheedia) macrophylla Mart – Árvore de tamanho variável, geralmente entre 12 e 15 m. Fruto amarelo, ovóide, 6 a 8 cm de diâmetro, com um bico curto no final, liso, com 4 sementes. Espécie flexível ecologicamente, ocorre em mata de terra firme, várzea, igapó e capoeira. Provavelmente nativa da Amazônia, mas com distribuição ampla no norte da América do Sul. Amplamente cultivada.

Bacuri mirim (Garcinia (Rheedia) gardneriana (Planch. & Triana) Zappi) - Árvore pequena, de 5 a 8 m, fruto pendente, amarelo, mais ou menos ovóide com um bico alongado no final, de apenas 3 a 4 cm de comprimento total, com 2 sementes. Ocorre em matas abertas de terra firme. Distribuída principalmente no leste do Brasil, estendendo-se ao sul do Pará, Minas Gerais, Mato Grosso e Bolívia (Santa Cruz). O sabor é bastante apreciado, mas devido ao seu tamanho.

Bacuri de espinho (Garcinia madruno (Kunth) B. Hammel) – Árvore de 8 a 15 m de altura. Fruto amarelo, globoso ou elípticoovóide, com 5 a 6 cm de diâmetro, áspero porque é coberto de rugas agudas, contém 1 a 3 sementes. Ocorre em da mata de terra firme. Amplamente distribuída na Amazônia. Ocorre também na América Central, no oeste da Venezuela (Barinas e Táchira), na costa pacífica da Colômbia e Equador.

domingo, 12 de junho de 2011

BABACO (Carica candamarcensis Hook)


Caricácea de clima subtropical. Não é certa a sua real origem (autóctone), a dispersão é pelo mundo, sobre tudo, em países de baixa temperatura e de altitude entre 1500 a 2500 metros, podendo ser encontrada até a 3000 metros (Equador e Colômbia). No Brasil, com pouca literatura, nada se sabe cientificamente dessa fruta.
No equador acreditam-se existir dois híbridos naturais, os Carica stipulata e Carica pubescens, encontrados e cultivados no planalto central desse país.
Não há variedades conhecidas, se não, fruta hibrida com a espécie C. pentagona Heilbr que muito assemelha ao mamão e se diferencia apenas pelo tamanho (seleção), mais não alterando o sabor pouco adocicado (meio ácido) é o que afirma alguns “artigos”.
Existem espécies com taxonomia confusa, estudos pouco difundidos e fontes não seguras para pesquisas, no que se sugere aprofundamento em estudos botânicos, tais como as: Goudotiana carica; Monoica carica; Toronchi pubescens; Stipulata carica e Vasconcella monóica (Desf).

Com a introdução e cultivo no sul da Califórnia desde a década de 1970, recentemente introduzido na Nova Zelândia, onde é cultivada comercialmente; em Israel e em outros do Oriente Médio, a fruta está sendo cultivada em estufas. Mais não se sabe a expansão, trato cultural e tipo de solo, bem como, a produção nestes países.

Cresce até 6 metros de altura, com tronco ereto, apresenta cicatrizes semelhantes ao mamão, foliares típicos de outras caricaceas. A espessura do tronco está associado ao vigor da planta.
Folhas grandes, palmadas, tem reforços e veias proeminentes e estão em pecíolos longos ocos que se irradiam a partir do tronco. A vida média de uma folha é de 4 a 6 meses. Durante os meses frios do inverno as folhas degeneram e caem gradualmente.
As flores formam-se no tronco durante a fase de crescimento da árvore. Normalmente, o tronco grosso, o mais prolífico a floração será. As flores, geralmente solitárias no final de uma longa haste pendular, surgem cada axila foliar. As flores são todas do sexo feminino.
Os frutos crescer logo após a floração, atingindo uma fase de expansão máxima durante outubro e novembro. Neste ponto, os frutos atingem um comprimento em média 12 centímetros de comprimento e 8 centímetros de largura. Apresenta divisão (gomos) com cinco lados, arredondada na extremidade da haste e apontando para o ápice. O início da maturidade é reconhecido pelo amarelecimento laterais do fruto. A carne do Babaco é muito suculentos, ligeiramente ácidos e com pouco açúcar. A pele lisa, fina também amadurecida é comestível.

Não se conhece plantio ou pomares em larga escala aqui no Brasil.