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domingo, 25 de julho de 2010

Com-ciência

Enquanto cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome pelo mundo (FAO), milhares de toneladas de alimentos são jogadas no lixo todos os dias. Aqui no Brasil, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de cada 100 quilos de frutas colhidas no Brasil, 46 não são aproveitados. A quantidade é equivalente a uma perda diária de quinze toneladas de alimentos, que vão para o lixo dentro das Centrais de Abastecimento (CEASAS), e quatorze toneladas que são descartadas nos pontos de venda (supermercados, mercearias, feiras e outros). O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome não tem dados próprios e atualizados em escala nacional. Toda a política da pasta tem sido estabelecida a partir das pesquisas do IBGE, a última delas sobre segurança alimentar publicada em maio de 2006.
Segundo as estimativas da FAO, baseadas em um estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, “a maioria das pessoas subnutridas vive em países em desenvolvimento”. Cerca de 53 milhões de pessoas vão sofrer com a fome neste ano na América Latina e Caribe. O número chega a 642 milhões na Ásia-Pacífico, 265 milhões na África Subsaariana, 42 milhões no Oriente Médio e África do Norte e 15 milhões nos países em desenvolvimento.
O número de subnutridos no mundo passou de 825 milhões no biênio 1995-1997 a 873 milhões de 2004 a 2006. Mas o número caiu de 963 milhões a 915 milhões no ano passado, em função de avanços na distribuição dos alimentos, mas a tendência se reverteu com o agravamento da crise econômica.
Da colheita à comercialização de frutas, verduras e legumes, somente no Brasil, perdem-se o suficiente para alimentar mais de 32 milhões de pessoas, o que - conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - acabariam com a fome no País. O desperdício já começa no modo como os agricultores armazenam seus produtos, geralmente em caixas de madeira, onde os alimentos ficam suscetíveis a esmagamentos, chuva e poeira. "Recentemente, a Associação Brasileira da Indústria Plástica fez um trabalho e apresentou aos ministérios da Saúde e da Agricultura caixas plásticas com medidas padronizadas para a armazenagem de frutas e verduras. O que foi constatado, que essas caixas quebram menos, gera menos danos aos alimentos e podem ser higienizadas, porém, elas ainda são pouco utilizadas, talvez pelos custos, pois boa parte da produção vem de pequenos produtores da agricultura familiar.
Outro fator que levam ao desperdício são as condições dos veículos nos quais os alimentos são transportados e da precariedade das estradas, bem como os altos valores dos fretes. Assim, muitos alimentos saem do campo em boas condições e chegam a seus destinos batidos, amassados ou mesmo completamente esmagados. Nos supermercados, o desperdício costuma ser de 1,5% a 2% do total de produtos comercializados. Porém, em alguns setores, como nas de frutas, legumes e verduras - 7% dos alimentos acabam indo para o lixo, isso somente no Estado do Paraná, que tem o menor índice. O aumento da insegurança alimentar que aconteceu em 2009 mostra a urgência de encarar as causas profundas da fome com rapidez e eficácia. A atual desaceleração da economia mundial é uma das principais causas do aumento da fome no mundo. Um país que passa fome é o mesmo que joga comida no lixo. Parece exagero, mas na verdade, revela uma face do Brasil que muitos desconhecem e leva a uma importante reflexão, afinal, como pode um país que possui milhões de famintos jogar-se fora diariamente toneladas de comida? O espantoso ainda é saber da existência de uma lei federal que proíbe a doação de alimentos.

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