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terça-feira, 27 de julho de 2010

ABACAXI (Ananas comosus L..)


(Ananas comosus L.) Merr.
Sin. (Ananas sativus, Schult,)
Família: Bromeliaceae
Subfamília: Bromelioideae
Gênero: Ananas

Não se sabe ao certo a origem do Abacaxi (Sin. Ananas sativus, Schult), historiadores relatam a sua provável origem das Pequenas Antilhas (Guadalupe). Outra informação é de que o navegador Cristovão Colombo já o apreciava em suas navegações (1493), com descobrimento do fruto dos abacaxizeiros selvagens lá existentes, e que poderia fazer parte, a partir daí, o complemento alimentar dos marinheiros.
Considerado símbolo da hospitalidade pelos povos antigos, do qual colocavam um Abacaxi do lado de fora de suas casas, para sinalizar aos visitantes de que eram bem vindos. Documentado como espécie já no início do século XIX, o Abacaxi, chamado por indígenas tupís , como “ibá” ou “ibacati”, que quer dizer: fruta cheirosa ou fedorenta. Pela sua taxonomia vegetal (sinônimos botânicos) muito se confunde com outro do mesmo gênero, como o Ananás (Ananas ananas, Schult. & Schult). O abacaxi (Ananas sativus, Schult, var. pyramidalis Bert.), segundo os autores Eurico Teixeira, em: Frutas do Brasil - e Renato Braga em: Plantas do Nordeste, Especialmente do Ceará, citados por Pimentel Gomes em Fruticultura brasileira, esclarecem que embora parecidos, são inconfundíveis. Simplificando, que o Abacaxi tem forma cilíndrico-cônico e na extremidade superior tem casca amarela. A polpa é levemente macia, amarelada e doce. Quase não ácido, diferentemente do Ananás, que falaremos mais tarde em outro post.
Existem muitas espécies e variedades selvagens de abacaxis, tais como: Ananas ananassoides, var. nanus (ananaí-da-amazônia); var. typicus (ananás-do-campo); A. bracteatus, var. albus (ananás-branco-do-mato) e var. rudis (ananás-vermelho-do-mato) que merecem atenção para quem estuda as espécies, pois, a taxonomia do gênero Ananas é complexa.
“Ao lado das qualidades organolépticas que levam o Abacaxi á categoria de rei das frutas e o fazem universalmente conhecido, há o seu valor dietético, comparável ao das melhores frutas tropicais” (BRAGA). Abundante em açúcar se ainda amadurecido na planta. Muito rico em açucares (75% peso fresco), em sais minerais (cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, cobre, iodo) em vitaminas (C, A, B1, B2, Niacina); 100 g de polpa contêm 52 calorias; a enzima bromelina, portanto, tem altíssimo valor alimentar. Excede a laranja em ferro (Fe) e é quatro vezes mais rico em cálcio (Ca) do que o trigo integral.
O amadurecimento é sinalizado, quando as folhas da coroa se soltam com facilidade. As cultivares mais conhecidas no Brasil são: Pérola ou Branco de Pernambuco, Smooth Cayenne e Jupi. A Smooth Cayenne só tem espinhos nas extremidades das folhas.

Fontes:
BRAGA RENATO – Plantas do Nordeste, Especialmente do Ceará – Centro de Divulgação Universitária – Fortaleza, Brasil;

FILGUEIRAS, H.A.C.; MOURA, C.F.H.; ALVES. R.E. Caracterização de frutas nativas da América Latina. Jaboticabal: Funep, 2000. (Série Frutas Nativas);
FELIPPE, G. M. Frutas – Sabor á primeira dentada, São Paulo/SP – Editora SENAC. 2007;
GOMES, R. PIMENTEL - Fruticultura Brasileira, São Paulo/SP – Nobel, 13ª Edição, 1972 - Reimpressão 2007;
SHANLEY, P; MEDINA, G. - Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica - CIFOR, Imazon, 2005
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – INPI. Frutas da Amazônia - Acesso em 16/07/2010 - Disponível em: http://www6.inpi.gov.br/frutas_amazonia/frutas.htm
TODA FRUTA. Frutas de A á Z, Informações técnicas - Acesso em 13/07/2010 - Disponível em: http://www.todafruta.com.br/todafruta/institucional.asp?menu=522
AS FRUTAS NA MEDICINAL NATURAL – Edição Vida Plena, Acesso em 12/07/2010 – Disponível em: http://www.agrobyte.com.br/frutas_med.htm
PLANTAS E ERVAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS – Acesso em 15/06/2010 disponível em: http://www.plantamed.com.br/index.html
SEAGRI (BAHIA) – Culturas Agrícolas – Disponível em: http://www.seagri.ba.gov.br/Produtos.htm   - Acesso em 15/07/2010.



domingo, 25 de julho de 2010

Frutas de A á Z (Origem, classificação botânica e benefícios)

Algumas frutas que serão listadas aqui, não são consideradas "frutas comestíveis in natura". Note que muitos frutos (do ponto de vista biológico) são considerados como legumes na culinária, por exemplo, o tomate (Lycopersicon esculentum) que vai aparece em nossos pouts.
As frutas que serão descritas é na acepção corrente da palavra "frutas" e não na acepção científica, pois o morango (Frangaria vesca), por exemplo, não é considerado como uma fruta na biologia.
Tanto “fruto” quanto “fruta” é termo correto, porém de acordo com o Dicionário Aurélio, "fruto" é um termo botânico que designa um órgão gerado por vegetais que produzem flor, a partir da fecundação e desenvolvimento do ovário. Quanto à fruta, aparece como "designação comum aos frutos e pseudofrutos".
A formação de frutos ocorre nas plantas mais complexas do Reino Metaphyta, que são as Angiospermas. A transformação do ovário em fruto é induzida por hormônios liberados pelos embriões em desenvolvimento. Alguns frutos são formados sem haver polinização das flores, sendo denominados frutos partenocárpicos, como a banana (Musa spp.) que não têm sementes.
As Angiospermaes, nome comum às plantas que contem flores. Constituem a forma de vida vegetal dominante. O elemento mais característico das Angiospermas é a flor, cuja função é assegurar a reprodução da planta mediante a formação de sementes. Estas são formadas a partir de um óvulo envolvido por um ovário que, conforme cresce a semente fecundada, se desenvolve até converter em fruto. As Angiospermas dividem-se em duas classes: Magnoliopisida e Liliopsida, conhecidas como dicotiledônea e monocotiledônea
A cada semana, publicaremos um exemplar em ordem alfabética.

Com-ciência

Enquanto cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome pelo mundo (FAO), milhares de toneladas de alimentos são jogadas no lixo todos os dias. Aqui no Brasil, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de cada 100 quilos de frutas colhidas no Brasil, 46 não são aproveitados. A quantidade é equivalente a uma perda diária de quinze toneladas de alimentos, que vão para o lixo dentro das Centrais de Abastecimento (CEASAS), e quatorze toneladas que são descartadas nos pontos de venda (supermercados, mercearias, feiras e outros). O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome não tem dados próprios e atualizados em escala nacional. Toda a política da pasta tem sido estabelecida a partir das pesquisas do IBGE, a última delas sobre segurança alimentar publicada em maio de 2006.
Segundo as estimativas da FAO, baseadas em um estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, “a maioria das pessoas subnutridas vive em países em desenvolvimento”. Cerca de 53 milhões de pessoas vão sofrer com a fome neste ano na América Latina e Caribe. O número chega a 642 milhões na Ásia-Pacífico, 265 milhões na África Subsaariana, 42 milhões no Oriente Médio e África do Norte e 15 milhões nos países em desenvolvimento.
O número de subnutridos no mundo passou de 825 milhões no biênio 1995-1997 a 873 milhões de 2004 a 2006. Mas o número caiu de 963 milhões a 915 milhões no ano passado, em função de avanços na distribuição dos alimentos, mas a tendência se reverteu com o agravamento da crise econômica.
Da colheita à comercialização de frutas, verduras e legumes, somente no Brasil, perdem-se o suficiente para alimentar mais de 32 milhões de pessoas, o que - conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - acabariam com a fome no País. O desperdício já começa no modo como os agricultores armazenam seus produtos, geralmente em caixas de madeira, onde os alimentos ficam suscetíveis a esmagamentos, chuva e poeira. "Recentemente, a Associação Brasileira da Indústria Plástica fez um trabalho e apresentou aos ministérios da Saúde e da Agricultura caixas plásticas com medidas padronizadas para a armazenagem de frutas e verduras. O que foi constatado, que essas caixas quebram menos, gera menos danos aos alimentos e podem ser higienizadas, porém, elas ainda são pouco utilizadas, talvez pelos custos, pois boa parte da produção vem de pequenos produtores da agricultura familiar.
Outro fator que levam ao desperdício são as condições dos veículos nos quais os alimentos são transportados e da precariedade das estradas, bem como os altos valores dos fretes. Assim, muitos alimentos saem do campo em boas condições e chegam a seus destinos batidos, amassados ou mesmo completamente esmagados. Nos supermercados, o desperdício costuma ser de 1,5% a 2% do total de produtos comercializados. Porém, em alguns setores, como nas de frutas, legumes e verduras - 7% dos alimentos acabam indo para o lixo, isso somente no Estado do Paraná, que tem o menor índice. O aumento da insegurança alimentar que aconteceu em 2009 mostra a urgência de encarar as causas profundas da fome com rapidez e eficácia. A atual desaceleração da economia mundial é uma das principais causas do aumento da fome no mundo. Um país que passa fome é o mesmo que joga comida no lixo. Parece exagero, mas na verdade, revela uma face do Brasil que muitos desconhecem e leva a uma importante reflexão, afinal, como pode um país que possui milhões de famintos jogar-se fora diariamente toneladas de comida? O espantoso ainda é saber da existência de uma lei federal que proíbe a doação de alimentos.